quarta-feira, 6 de julho de 2011

Nós e Nossas Idades

Você, com um ano e oito meses:


- Acorda e vai direto ao meu quarto, procurando pelo "papaaaaiii" (grude geral com o pai, atualmente).


- Joga qualquer coisa no chão e, com a voz mais inocente e fininha do mundo, diz: "Taiu" (=caiu).


- Come leite em pó puro, na colherzinha, junto com o pai (que adora fazer isso) e, quando acaba, fala assim, toda triste: "Tabô" (=acabou).


- Adora olhar fotografias e já reconhece algumas pessoas: "Mamãe", "papai", "nenê" (que é você mesma) e "bobô" (= vovô).


- Quando alguém pergunta "cadê Maria Luiza", você levanta a mãozinha e grita, feliz da vida: "Tá atiii!!!" (= tá aqui!!!)


- Faz bico, manda beijos, dá tchauzinho, pisca os olhos (quando lhe pedem para paquerar) e coloca a língua para fora, imitando uma cobrinha.


- Anda fazendo curso de papagaio, já que tenta imitar o som de tudo o que ouve: "Eiaaa" (= Sheila), "Ititeee"(= Henrique), "oba" (que é oba, mesmo..rs), "ai, ai" (suspirando), "ô dedeu"(= Oh, meu Deus), "aô" (= alô), "diaaaa" (= bom dia), "ô tée" (= eu quero) e "nã,nã,nã"(= não,não e não) e assim por diante.


E eu, aos trinta e cinco anos de idade:


- Sei, de cabeça, as músicas de todos os desenhos animados já criados pela humanidade.


- Raramente consigo ver outros canais além do Discovery Kids.


- Meus amigos mais próximos são as crianças que frequentam o mesmo parquinho que você.


- Virei boleira, confeiteira, doceira, quituteira e artesã, só pelo prazer de, eu mesma, preparar suas festinhas de aniversário (a deste ano vai ser linda, prometo!).


- Fico dançando na sala, feito uma louca, a "Dança do Pinguim" (obrigada, dona Xuxa!), só para lhe ver gargalhando ao tentar me imitar.



- Investigo, sem dó nem piedade, os rótulos dos alimentos que você vai ingerir, para saber se são saudáveis e nutritivos e, de quebra, também aprendo a me alimentar melhor (mas libero um chocolatezinho, de vez em quando, porque ninguém é de ferro, né?!).



- Brinco de bonecas, leio contos infantis (sentada no chão de livrarias lotadas, sem um pingo de vergonha), imito bichinhos, faço vozes engraçadas, canto, danço, sapateio...


Enfim, faço qualquer coisa por um sorriso seu e, sinceramente, filha, eu não me lembro de, nesta vida, já haver sido mais feliz.


Com todo amor,


Sua mãe