quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Maluzites de Viagem

Saímos de Macapá lindos e cheirosos para pegar o avião para o Recife... Eu, com minhas neuras, achei que você havia comido pouco. Seu pai me alertou, com aquele tom "carinhoso" que lhe é peculiar, sempre que eu estou prestes a fazer alguma besteira: "Você vai fazer com que ela exploda de tanta comida!". E eu, naquela de "tô nem aí", resolvi lhe dar uma super mamadeira na hora da decolagem. Segundos depois, a profecia paterna se concretizou : você fez uma carinha estranha, deu duas tossidinhas e vomitou tudinho em cima de mim e de seu lindo vestidinho novo. Claro que, enquanto eu estava desesperada, pedindo ajuda, seu pai ficou imóvel, só nos encarando, com aquele olhar de "eu bem que avisei". E, para completar, no meio do vôo, você fez outra carinha estranha, e o resto da comida saiu, desta vez, por baixo, exalando aquele "cheirinho" que só um bebê é capaz de produzir.
Graças a Deus, havia uma conexão longa em Belém. Levei você ao fraldário, lhe dei um super banho e coloquei uma roupinha nova, comprada ali mesmo, no aeroporto (porque, claro, eu esqueci de levar uma outra roupa para você, o que rendeu outro olhar crítico da parte do seu pai).
Então, com você limpíssima, embarcamos para Recife. Você, linda e cheirosa; eu, empestiada de perfume francês para tentar esconder o fedor do vômito na minha roupa; e seu pai, tranquilo e elegante, como um mestre do Sudoku deve ser.
E esse foi o início de nossas férias, bebê. Nenhum comercial perfeito de margarina, mas um momento imperfeito e divertido (por que não?) em família.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Tchau, Belém!

Hoje, é o nosso último dia em Belém, filha. Terminamos a mudança e, agora, estamos no hotel, esperando dar a hora para irmos ao aeroporto, rumo à Macapá, onde passaremos o Natal com a sua irmã. Depois, viajaremos para o Nordeste, para rever a família e, somente no fim de janeiro, partiremos para o Rio, nossa residência em 2011.

Com apenas pouco mais de um ano de idade, esta é sua segunda mudança, meu amor. Você estranhou bastante a movimentação dentro de casa, o "desmonta tudo", o entra e sai de gente carregando caixas... Mas, o que você mais detestou foi o barulho da fita crepe, lacrando os volumes. Chorava desesperada, corria para mim, para o seu pai... Um choro de medo mesmo. Mas, acabou, filha. Mudança, agora, só no final do próximo ano, Deus sabe para onde. Daqui para lá, do alto dos seus dois anos, a terceira mudança de sua vida deve ser mais tranquila. Provavelmente, o medo da fita crepe será substituído por canetinhas coloridas para desenhar nas caixas. Que tal?! Mamãe deixa e, de quebra, ainda lhe ajuda a desenhar, combinado?!. :)

E lá vamos nós pegar a estrada outra vez! Que venha o Rio de Janeiro!

Beijos, meu amor!

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Um Mundo de Infinitas Possibilidades

Além de você, eu e seu pai temos outro amor em comum, minha vida: a leitura. Nós dois somos verdadeiras "traças" devoradoras de livros. Adoramos passar horas e horas em livrarias, de prateleira em prateleira, folheando e escolhendo as estórias que leremos em seguida, já que sempre estamos lendo alguma coisa. Adoramos comprar livros um para o outro, comentar sobre eles, ler juntos... É verdade que nem sempre gostamos dos mesmos autores e assuntos, mas isso não importa. O que importa é que um de nossos grandes desejos é que você, algum dia, também desperte para o mundo mágico dos livros, filha. Para tanto, sempre lhe levamos à parte infantil das livrarias, onde você fica encantada com o colorido das capas e, lógico, com o “bom astral”do ambiente. Rapidamente interage com as outras crianças que estão por perto, ri, pega os livrinhos e faz a maior farra. Isso nos deixa bobos de encantamento, meu amor, e eu, particularmente, já me imagino lendo várias daquelas estorinhas, a pedido seu, antes do seu soninho.

Por enquanto, você só folheia os seus livrinhos (sim, você já tem cinco!), cheia de curiosidade. Quando tento lê-los, suas mãozinhas ágeis logo os tiram de mim, para virá-los e revirá-los, como bem gostam de fazer nas prateleiras das livrarias. Mas, isso faz parte do conhecimento de um livro, filha... o toque. Algo que, na minha opinião, a tecnologia (ela de novo!) jamais conseguirá substituir. E que bom que você gosta de tocar e folhear seus livrinhos, meu amor. Logo, logo, repetirá o nome das figurinhas, se interessará pelas estórias e, quando se der conta, será uma pequena traça devoradora de conhecimento.

Há hábitos bons e maus neste mundo, Maluzinha... Ler é um hábito maravilhoso, que vale a pena ser cultivado, incentivado, exercitado... Se depender de nós, seus pais, você terá sempre bons livros a seu dispor. Lembre-se de que conhecimento, educação e cultura são o maior tesouro que uma pessoa pode encontrar, filha. Juntos, formam um conjunto de bens que ninguém neste mundo jamais conseguirá tirar de você. Por isso, não perca as oportunidades de sempre aprender algo novo, bom e saudável. Faça dos livros seus fiéis companheiros nesta jornada, minha vida. Por meio deles, um mundo de possibilidades infinitas é aberto a cada dia, pode acreditar.

sábado, 4 de dezembro de 2010

Coisas do passado?

Você nasceu na era digital, filha. Tudo gira em torno de tecnologia, computadores, etc. Não que isso seja algo ruim, mas, de certa forma, afastou determinados hábitos, como escrever cartas, revelar fotografias... Duas coisas que sua mãe simplesmente ama. Confesso que escrevo menos cartas hoje do que há alguns anos, quando participava de um grupo de filatelia internacional e trocava correspondência com pessoas do mundo inteiro. Era fantástico, meu amor. Ainda tenho todos os cartões postais que esses amigos distantes me enviaram, com fotos de lugares lindos, que eu amaria conhecer. Infelizmente, tais amigos se perderam no tempo e, na época atual, acho que a correspondência não seria tão intensa. Acredito que trocaríamos e-mails, como a modernidade pede. Ainda assim, vez por outras, eu pego caneta e papel e escrevo para os seus avós. É uma maneira de estarmos juntos, já que eu sei que a carta que eu toquei, estará sendo tocada por eles também, a quilômetros de distância, levando notícias nossas e, principalmente, fotografias suas.

Fotografia... Outra coisa que ficou meio estranha com o passar dos anos. Agora, tiram-se fotos para que fiquem guardadas no computador. Revelar não é mais obrigatório como antes, eis que não sabíamos como a imagem ficaria se não fosse revelada. Mas, nesse ponto, sua mãe continuou bem antiquada. Eu gosto de ver fotografias em álbuns, meu amor. Álbuns de família, com muitas anotações sobre os detalhes de cada momento capturado. Por isso, adoro organizar nossas fotos, filha. Fico imaginando você, maiorzinha, fazendo mil perguntas sobre cada um daqueles momentos. Além do mais, tenho pavor de perder esses arquivos por conta de algum “bug” do computador. Então, revelo, organizo, envio para seus avós, coloco em porta-retratos, enfim, me cerco de lembranças queridas por todos os lados. Isso é algo que me deixa imensamente feliz.

A tecnologia é ótima, meu amor. É por meio dela que guardo todos esses textos para você ler no futuro. Porém, ainda acho que certos hábitos do passado merecem ser cultivados... Assim, a vida poderá seguir com uma certa poesia, um certo romantismo, que dificilmente será superado pelas máquinas.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Coisas que eu não quero esquecer...

...que brinquedo nenhum do mundo é melhor para você do que o controle da TV a cabo.
...que você ama as aberturas dos desenhos animados: Backyardigans, Angelina Ballerina e Word World (mas, nem se interessa muito pelas estorinhas em si).
...que você dança ao som de qualquer música que escute tocar, mesmo que seja um brega paraense, daqueles bem bregas mesmo (influência da sua babá, que adora esse tipo de música).
... que você dorme coçando a orelhinha e puxando (bem de leve) os cabelos.
... que, se eu bobear, você bebe água da banheira durante o banho (tenho, inclusive, vídeos comprovando esse seu gosto inusitado por água com sabão).
... que você precisa de um paninho para encostar a cabeça na hora do soninho.
... que você se joga do sofá em cima do seu pai e me deixa apavorada com a possibilidade de se esborrachar no chão.
... que você não pode ver a porta de casa abrir que já abre um sorriso e corre para o elevador, achando que vai passear (adooora uma rua, não é, senhorita?!).
... que o seu olhar, desde que nasceu, é tão profundo, que parece enxergar por dentro da gente (seu pai acha a mesma coisa).
... e que, à noite, quando estou lhe ninando, beijo milhares de vezes a sua cabecinha, rezando para Deus, Nossa Senhora e seu Anjinho da Guarda que lhe protejam sempre de todo o mal, pois você é o que eu tenho de mais precioso em minha vida, e o amor que eu sinto é do tamanho do mundo inteiro, desde que você era somente aquele pontinho de luz dentro de mim.