quinta-feira, 25 de agosto de 2022

O Retorno

Querido Diário...

Que saudades! Tantos anos depois e você ainda está no ar! Quanta coisa mudou desde a última vez em que nos encontramos...

Meus filhos, meus amores... Vocês cresceram! Como isso pôde acontecer tão rápido?! Malu com 12 anos, Henrique com 9. Não são mais bebês... Ou sempre serão??? Para mim, ao menos.

Maria Luiza (Malu), minha pré- adolescente mais linda. Você me lembra muito uma pessoa: eu. Não apenas fisicamente (claro que você é uma versão super upgrade minha!), mas no jeito de ser. Sua timidez, sua insegurança, seus medos...Coisas típicas da idade, mas que me lembram muito da adolescente que eu fui. Minha voz quase não era ouvida. Meus medos eram escondidos nas páginas de agendas escritas, escritas, escritas... Não tinha com quem conversar. Nisso, você leva uma baita vantagem: eu posso lhe ouvir, meu amor. Seja o que for, eu posso lhe ouvir. Muitas vezes, fico perdida sem saber como ajudar, mas eu posso lhe ouvir. Isso é muito, acredite. Se você conseguisse se enxergar como eu lhe enxergo...Você é linda, filha. Não apenas por fora (e você é uma gata, acredite! O menino lá da Itália também acha...kkkk), mas principalmente por dentro. Seu sorriso meigo demonstra a luz que brilha na sua alma. Brilho intenso, puro, de gente boa. Dedicada, inteligente, responsável... Tantas qualidades! Essa timidez que tanto lhe aflige vai ser controlada, acredite. Eu passei por isso. Ainda sou tímida, mas imponho a voz quando preciso. Você também vai conseguir. Deixa esses hormônios pararem de borbulhar. Quando esse conflito passar, vamos dar boas risadas dessa época. Que pena que não guardei meus diários! Você iria se ver muito neles.

Henriquinho, meu ataque cardíaco diário de cada dia. Você, por sua vez, é a energia em pessoa. Já acorda ligado em alta voltagem e só sossega na hora de dormir. Ao mesmo tempo que acho lindo essa sua ânsia pela vida, também fico meio perdida em saber onde eu me encaixo em tudo isso. Às vezes, queria que você parasse um pouco para me ouvir, prestar atenção no que eu digo, mas, como não consigo, acabo perdendo a paciência e brigando, gritando... Como será que você me  enxerga? Serei a lembrança de uma mãe chata para você? Não queria que fosse assim. Precisamos encontrar o nosso ponto de conexão, meu pequeno. Sei que o vínculo com seu pai é forte, mas e o nosso? Deve estar em algum lugar por aí. Você, como sua irmã, também tem uma alma linda. É doce, é carinhoso, é inteligente.. Meio sem saco para estudo, mas ainda assim, muito inteligente. Acho que, mais do que você, sou eu quem precisa mudar. Preciso lhe enxergar como a criança ativa que você é. Menos cobrança, mais paciência. Vou tentar. Ainda há tempo de criar memórias queridas entre nós.

Vocês dois são muito diferentes, mas igualmente importantes para mim. Ser mãe decididamente não é uma tarefa fácil. Orientar dois seres humanos pela vida, cada um com suas características, é assustador, acreditem. Como é que logo eu que, muitas vezes, também me perco pelo caminho, vou saber fazer isso??? É cansativo às vezes. Muitas vezes. Mas, eu não trocaria essa experiência por nada no mundo.  Desculpem meus erros, as palavras duras, as reclamações, os dias em que eu estou uma velha rabugenta... Perfeição não existe, nem de mãe. 

Vamos vivendo um dia de cada vez, errando, acertando, errando de novo... A vida não é um comercial de margarina, mas a gente pode criar aquelas memórias que falei mais acima. São elas que ficam para sempre. São elas que importam e que nos arrancam sorrisos nos momentos de saudades. Eu sei, eu estou passando por isso, desde que o vovô se foi. As memórias são meu alento diário.

Amo vocês, meus filhos. Mesmo no meio de uma tempestade de sentimentos bagunçados dentro de vocês, nunca esqueçam do amor infinito que eu trago dentro de mim. Posso ser vendaval às vezes, mas também sou calmaria, e meus abraços sempre serão seus, meus amores.

Vamos seguindo de mãos dadas!

Beijos!!!

Mamãe

sábado, 8 de outubro de 2016

Muita gratidão

Meus amores,

O tempo passa, a vida muda e vocês crescem, crescem, crescem...

Malu, minha mocinha, com quase sete anos...Um doce, um amor, um mimo de menina. Muito tímida ainda, mas tão carinhosa...Não passo um dia sem ouvir, pelo menos, uns dez "mamãe, eu te amo". Emociona, quebra minhas barreiras e, muitas vezes, me desmonta, quando eu, sem paciência, estou na correria do dia a dia. Tem tanta verdade nos olhos, tantas frases de efeito, tantas observações maduras para seus poucos anos... Adora ouvir dos outros que se parece comigo, mas, na verdade, ela é uma versão muito melhor de mim. Em tudo. Sua sensibilidade é imensa, o que me assusta um pouco, porque tenho medo que isso a faça sofrer no futuro. Mas, ao mesmo tempo, sou feliz por ter um ser tão evoluído ao meu lado, me ensinando que o mundo pode sim ser um lugar mágico.

Henrique, meu bebê, cada dia mais peralta. Já enfiou M&M no nariz (sim, corremos para um médico, desesperados, para tirar os chocolates de lá); já derrubou nossa cristaleira e quebrou TODOS os cristais que estavam dentro, quase me matando do coração, mas firmando minha fé em Deus e no anjo da guarda, pois saiu ILESO do acidente (sem nenhum arranhãozinho, mesmo descalço e em cima de milhares de cacos de vidro); já subiu ao décimo andar de um prédio sozinho, quando, numa bobeada minha, entrou no elevador sem que eu visse; já brincou com água do vaso; já sumiu no "game station" do shopping...Enfim, já me causou vários quase infartos. Mas, é lindo, charmoso, cheio de gracinhas que, igualmente, me desmontam de amor.

Ontem, fui submetida a uma cirurgia e tive que tomar, pela primeira vez, uma anestesia geral. Fui morrendo de medo de morrer. Não medo da morte em si, mas medo de deixá-los, meus amores. A ideia de não participar de momentos importantes de suas vidas é terrível. Graças a Deus, a cirurgia foi tranquila, e eis-me aqui. Alguma coisa mudou dentro de mim. Menos stress, menos reclamações e mais agradecimentos. Só tenho que agradecer pelas bênçãos que tenho nesta vida. Vocês são a razão que tenho para melhorar como ser humano, sempre. Obrigada por terem me escolhido como mãe. Muito obrigada!!!

segunda-feira, 9 de maio de 2016

Retomando, Repensando, Retornando...

Filhos, amados filhos... Como eu negligencio este espaço que criei para vocês... Tanta coisa acontecendo, tanta coisa mudando a cada dia e nada de registros por aqui. Não é certo. Eu queria  marcar cada minuto, cada mudança, cada descoberta dos seus dias para não me esquecer nunca, nunquinha, de nenhum detalhe.

Lembrar de quando vocês começaram a brincar (e brigar) juntos; de quando seu primeiro dentinho caiu, minha filha, e de cada moeda que a fada do dente lhe deixou desde então; das suas traquinagens, meu filho, tão cheio de caras, bocas e palhaçadas; da sua troca de colégio, Malu, por outro menor, mais próximo a nossa casa pernambucana, mas que tanta mudança (boa!) lhe trouxe em termos de aprendizado; do seu primeiro dia de aula, Henriquinho, nesse mesmo novo colégio de sua irmã, e da adaptação que foi chorosa por uma semana e, depois, sossegou tão repentinamente que nem eu mesma acreditei; dos seus avanços na leitura e escrita, minha princesa, depois de alguns meses em que nós duas tivemos que enfrentar dragões de medo e insegurança que só nós mesmas conhecemos, tamanha nossa cumplicidade num momento tão delicado; das idas à praia, ao cinema, à casa dos parentes; das birras, castigos, beijos, abraços, viagens... São tantas coisas, tantas lembranças, tantos momentos, que eu não gostaria de deixar nada de fora. Mas, como registrar tudo aqui, sendo que a vida é naturalmente um turbilhão de acontecimentos e os dias tão curtos para tanto o que fazer?!

O que eu queria deixar claro sempre é que eu amo tudo e cada pedacinho de vocês dois. Eu sei que brigo, grito, reclamo, fico exausta, estressada e tudo mais que uma mãe costuma fazer. Sei que exagero, como diz seu pai. Perdão. Eu queria realmente ser uma mãe melhor, menos preocupada, mais relaxada com relação a muitas coisas. Não sou. Mas, amo loucamente tê-los ao meu lado, vê-los crescendo com saúde e alegria. Dói dentro de mim quando estão doentes, tristes, amuados... Ao mesmo tempo, vê-los felizes acende uma luz imensa no meu coração.

Queria ter o dom da palavra para colocar aqui tudo o que está no meu peito agora. Tudo o que eu gostaria que vocês soubessem de mim, dos meus sentimentos... É difícil. Acho que já fui boa em escrever. Hoje, sou muito melhor em sentir.

Com amor,

Mamãe














quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Seis Anos

Há seis anos, você realizou um dos meus grandes sonhos: ser mãe. Você nasceu e também me fez nascer junto a você. Você me completou, me trouxe a certeza de que esta vida já valeu a pena. São seis anos, minha pequena. Seis anos de tantos altos e baixos, tantos sentimentos misturados, dias alegres, dias tristes, mas uma única certeza: meu infinito amor por você. Mesmo quando eu brigo, quando eu exijo, quando eu exagero na chatice, ainda assim, existe um amor que não dá nem para dimensionar. Cada sorriso seu é uma luz que se acende dentro de mim. Cada lágrima, uma dor dilacerante no meu coração. Sabe o que eu queria? Ser um escudo tão forte, mas tão forte, que seria capaz de proteger cada pedacinho do seu corpo e da sua alma contra tudo aquilo que pudesse lhe magoar. Nem posso ser assim, infelizmente. Mas, faço e farei sempre o possível para ser, ao menos, uma fortaleza para quando você precisar de mim.
 
Este ano, sua festinha foi bem antecipada para ser celebrada junto à de seu irmão, aproveitando a estada de sua irmã mais velha por aqui. Foi ótimo. Você, minha  Ariel, junto ao seu irmão (Mickey Safari). Dois temas completamente diferentes, mas que ficaram lindos na casa de festa que escolhemos. Este ano, pela primeira vez com tantos parentes presentes, resolvemos fazer uma festa maior para vocês. Senti não ter realizados meus trabalhinhos manuais, meu toque de mãe, você sabe, mas foi melhor assim. Tantas coisas aconteceram no período que antecedeu à festa que, enfim, eu não teria condições de fazer nada mesmo.
 
Meu amor, para finalizar, nestes seus seis aninhos, só lhe desejo o melhor que possa existir neste mundo. Que Deus esteja sempre lhe iluminando e que você cresça em graça e doçura, como sei que já está acontecendo.
 
Sabe amor eterno?! Pois é o que eu tenho em meu coração para você. Sempre, sempre, sempre!!!
 
Beijos!!
 
Mamãe

sábado, 15 de agosto de 2015

02 Anos de Peraltices

Feliz aniversário, meu pequeno príncipe! Não há como começar este texto sem antes ser direta e lhe desejar o melhor da vida por toda a vida.

Você completa dois anos e consegue, a cada dia, se superar no quesito "gostosura". É lindo, fui eu que fiz e sou mãe coruja sim! Seu pai também é bajulador, mas daquele jeito de homem, você sabe: "Meu filhão!", "Ele é forte, né?!", "Vai perpetuar o nome do pai"; etc e tal. Acho engraçado ver vocês dois brincando. Não sei quem é mais menino, se é você ou ele.

Mas, deixa eu dizer como você é aos dois anos de idade... Primeiro, é muito alegre e engraçado. É mais fácil lhe ver sorrindo do que chorando. Faz caras e bocas mil! Dá piscadinhas, manda beijos, dá "tchauzinho" para todo mundo na rua e fala pelos cotovelos! Muitas palavras conseguimos entender: mamãe, papai, Maú (Malu), água, nanana (banana), uva, dedécia (delícia), xau, titia, legal (é assim que você chama o Mickey, porque, no desenho, ele fala muito essa palavra), dainha (é a Galinha Pintadinha, que você também adora), babô (acabou), au-au, miau, piu-piu, canhão (caminhão) e muitas outras! E, mesmo quando não conhece as palavras, você continua falando, gesticulando, conversando...É realmente muito engraçado!

Por outro lado...Você faz birra, filho! E como faz! Quando é contrariado, se joga no chão, treme de raiva, grita, sai correndo, derruba o que estiver ao alcance das mãos... Pense numa mudança de temperamento! O menininho doce e carinhoso vira um delinquente juvenil! É complicado lhe segurar nessas horas, mas eu e seu pai tentamos. Você fica de castigo com um bico do tamanho do mundo. Depois, arrependido, é só abraços. Coisas de Henriquinho.

E você e sua irmã se dão muito bem, na maior parte do tempo. Brincam e brigam muito juntos. Eu adoro ver todo esse companheirismo, essa amizade crescente entre vocês. Que assim permaneçam para sempre.

Termino aqui deixando para você, meu lindo amor, os melhores desejos de felicidade do mundo. Muita saúde, muitas bênçãos e muitos anos de vida. Te amo!!!

P.S: Festinha na semana que vem, com sua irmã também aniversariando antecipadamente e toda a família reunida!

sexta-feira, 20 de março de 2015

Voltamos, Recife!

Estamos no Recife, graças a Deus. Já saímos de Manaus há algum tempo. Aproveitamos para passear um pouco pelo Nordeste: alguns dias de praia em Fortaleza, com direito a visitar parentes queridos que há tempos não víamos; outros dias fantásticos em Maragogi-AL, num super resort, onde nos divertimos a valer (merecíamos!); parada em Maceió para visitar mais parentes queridos e, finalmente, de volta a Recife, onde estamos esperando a mudança chegar, alojados na casa de meus pais.
Maria Luiza já voltou à rotina de aula e balé, num colégio muito bom, coladinho ao prédio dos avós; Henrique foi à Macapá, conhecer o neto que nasceu há um mês; Henriquinho é só sorriso, beijos e outras gracinhas, encantando a todos com sua simpatia; e eu, embora não veja a hora de ter minha casa montada novamente, estou feliz por poder passar esse tempo perto dos meus pais, principalmente considerando que mamãe quebrou o pé e precisa de ajuda o dia inteiro. Fico feliz em poder dividir essa tarefa com minha irmã. Dar apoio à família também foi um dos motivos que nos trouxeram de volta ao Nordeste.
O apartamento que iremos ocupar é maravilhoso. Tão maravilhoso que dá até medo de nos acostumarmos mal, já que ele é do Exército, e não nosso de verdade. Mas, mesmo assim, desta vez, quero organizar tudo bem direitinho. Não quero ficar "acampada", com coisas encaixotadas, sem vontade de organizar os espaços como foi em Manaus. Aqui, o clima é diferente. Ao menos, para mim.
Ah, e maravilha das maravilhas, consegui voltar a correr na orla. Descrição em uma palavra: liberdade! Sentir o vento no rosto, o cheiro do mar... Putz, como é possível viver sem isso?!
Também estou com planos de estudar, trabalhar (já fiz contatos), enveredar por outras áreas em parceria com minha irmã...Enfim, planos mil! E isso é bom porque, até há alguns meses, meu plano era só o de não me entregar a uma tristeza profunda. Nem vale mais a pena falar sobre isso. Xô, sai de mim, volta para o mar, oferenda!
Sei que alguns pontos ainda precisam ser acertados durante o tempo em que estivermos por aqui, mas eu estou otimista. Vai dar certo. Tem que dar! É o que eu muito espero destas terras pernambucanas. Que assim seja!
 
P.S: Filhos amados, vocês são o maior presente que Deus me deu. Dão um trabalho danado, é verdade, mas eu não me arrependo nem um segundo das escolhas que fiz quando desejei trazê-los para a minha vida. Obrigada pelos sorrisos e beijos diários. São, literalmente, o ar que eu respiro. Beijos! Mamãe.
 
 
 
 

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Os Ciúmes


Então que os ciúmes apareceram com força total... Maria Luiza contesta qualquer elogio feito ao irmão, ou a qualquer outra pessoa ou coisa. A pergunta é sempre se ela não é linda, se eu só acho outras pessoas bonitas, se eu não gosto mais dela... Ontem, eu apenas cobri o irmão que dormia e ela caiu  em prantos, alegando que eu só gosto dele. Isso me mata. Às vezes, me dá vontade de chorar, ou de brigar ou de sumir. Vários sentimentos ao mesmo tempo. Será que eu sou uma mãe tão ruim assim que fiz com que minha filha duvidasse de meu amor por ela? Sei que este ano não foi fácil para mim. Não me adaptei a Manaus e isso é uma realidade. Fiquei deprimida, estressada, chateada... Devo ter descarregado muita coisa sobre ela. Minha culpa. Devo ter protegido demais o menor, exatamente por ser menor. Minha culpa. A volta aos exercícios e a notícia de que, no próximo ano, iremos embora  melhoraram meu ânimo. Vamos voltar para o Nordeste e isso foi um bálsamo para mim. Ficar perto da família, do mar, a possibilidade concreta de voltar a trabalhar e estudar me deram um fôlego a mais para aguentar nossa estada aqui por mais um tempo. Não é que a cidade seja ruim... Simplesmente, não combinou comigo, não me adaptei, só isso.
 
Enfim, mas será que foi isso que causou todo esse dilema no coraçãozinho da minha pequena? Estou tentando demonstrar tudo que sinto por ela, aumentar o carinho que ela dedica ao irmão (sim, ela é carinhosa com ele, apesar de alguns momentos de stress)... Eu a abraço, beijo, digo que a amo, mas sinto que existe uma dúvida no olhar dela. Isso realmente me mata. Ah, Deus, como é difícil! E que ano! Mas, tudo é aprendizado. Preciso pensar assim para não enlouquecer.
 
Minha filha, eu te amo! Gostaria que, um dia, quando ler este texto, me perdoe se eu a fiz duvidar desse amor por algum momento. Perdoe-me pela minha impaciência e chatice em 2014. Saiba que estou me esforçando para melhorar como pessoa. 2015 será um ano de cura, se Deus quiser. Você e seu irmão são tesouros na minha vida e sempre serão. Sempre! Beijos! Mamãe