quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Sua Festinha de Dois Anos

Filha, já passou um tempinho e eu nem falei como foi sua festinha. Posso resumir logo no início? Foi linda!!! Ao menos, para mim. É verdade que, para variar, eu me atrapalhei com o horário e não consegui colocar na parede as mais de cem borboletas que havia feito com tanto cuidado e carinho(e essa foi minha maior tristeza), mas o resto da decoração ficou como eu sonhei: simples e com cara de festa de antigamente.

Consegui fazer o bolo decorado (ficou gostoso e bonito, muito mais do que eu imaginava, já que a sua mãe é uma marinheira de primeiríssima viagem nessa área), fiz os cupcakes, os docinhos... Todo mundo elogiou! Ah, também elogiaram a decoração, os potinhos floridos, as flores de tecido que ficaram nas mesas...Confesso que fiquei um pouquinho convencida com tantos elogios. É que eu estava tão tensa com medo de que desse tudo errado que ouvir elogios fez um bem danado ao meu ego.

 Ah, São Pedro ajudou também e uma ajudinha dos céus é sempre bem vinda. É que a semana anterior foi de chuva, inclusive no sábado que antecedeu a sua festa. Mas, no domingo, o sol deu o ar da graça, não muito forte, é verdade, o que foi até bom, pois o clima ficou gostoso, fresquinho, mas sem chuva.

 E você??? Linda, num vestido florido, parecendo uma princesa! Curtiu muito sua festinha, correu, brincou, fez bolinhas de sabão (que você adora!), comeu brigadeiro (porque no aniversário pooooode!!!)e adorou a hora do "parabéns" e de apagar a velinha (trazida pelo papai de Paris! Chique!). E eu encantada com sua felicidade...Encantada por seus avós estarem aqui e participarem de tudo... Encantada por ter conseguido deixar uma marquinha minha, ainda que bem modesta, nesse momento da sua vida... Encantada com você, meu amor.

 No dia seguinte, a felicidade continuou ao ver seus olhinhos brilhando a cada presente aberto. Seu sorriso,sua alegria... Tudo valeu a pena, filha. As noites sem dormir, as olheiras de panda, os dedos queimados com cola quente e, até mesmo, algumas lágrimas, mas isso deixa para lá. Eu faria de novo. E farei, se Deus quiser, muitas festinhas para comemorar o dia mais feliz da minha vida: o seu nascimento.

Um grande beijo da sua mãe que lhe ama mais do que a própria vida!

sábado, 5 de novembro de 2011

Dois Aninhos!


Filha, você completou dois anos! Imagina só, meu bebê é quase uma mocinha! Corre para tudo quanto é lado, fala feito um papagaio, faz palhaçadas, estraga meus batons, calça meus sapatos altos, usa minhas pulseiras... Uma pequena perua! Eu mereço, hein?! Vaidade nunca foi o meu forte, mas você... Parece até que foi encomenda! Mas, eu adoro, seu pai baba, seus avós se derretem e assim por diante, com toda a família e amigos. Impossível não se render aos seus encantos, meu amor!

Bem, sua festinha ainda não aconteceu, mas os preparativos estão com força total. A “Mamãe’s Parties Corporation” já providenciou quase todos os detalhes da decoração e da parte doce da festa, que também será minha responsabilidade (seja o que Deus quiser!). Já levei espetadas de agulhas, costurando lembrancinhas, já queimei os dedos com cola quente, estou sem dormir há dias, cortando borboletas, flores, TNT, papelão, E.V.A e outros materiais com os quais, há alguns anos, eu não tinha nenhuma afinidade. Hoje, eles já fazem parte da minha rotina, pelo menos, uma vez por ano. Vale a pena? Claro, filhota. Não sei se você, algum dia, vendo as fotos dessas festinhas feitas por mim, vai gostar do que fiz. Talvez ache tudo bobagem, sei lá. Mas, eu faço com todo carinho, meu amor, para que, mesmo simples, seja de um jeitinho especial, como as festas de antigamente, quando a família se reunia para organizar tudo (ou quase tudo), sem muita interferência profissional. Eu prefiro assim, sabe?! Pelo menos, até meus dedos aguentarem.

Mas, com festa ou sem festa, o que importa é que você chegou aos dois anos lindamente. É alegre, saudável, simpática e muito, mas MUITO levada e, por vezes, desperta em mim atitudes e sentimentos contraditórios. Do tipo, gargalhar de alegria com seus carinhos, para, logo em seguida, chorar de cansaço e frustração naqueles momentos de birra incontrolável; ou fazer com que eu peça a Deus, todas as noites, antes de dormir, que Ele leve minha vida no lugar da sua, se algum dia for preciso, mas, ao mesmo tempo, que me deixe viver muitos anos ainda para poder lhe ver crescer feliz e realizada em todas as áreas de sua vida. Coisa de mãe, como sempre.

Felicidades, minha filha! Te amo, te amo, te amo!

Beijos da sua mãe de dedo queimado e olheiras de panda.




sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Amor Clichê

“A maternidade transforma a mulher”. Frase clichê, que permite diversas interpretações. A minha é a de que “a maternidade transforma a mulher em alguma espécie de mutante, do tipo X-Men, ou na melhor versão, X- Women”. Essa conclusão me veio desde o início da gravidez, quando meu olfato ficou trezentas mil vezes mais aguçado e me tornou capaz de sentir cheiro de perfume doce a quilômetros de distância (arrgh!). Evidentemente, foi esse primeiro super poder que desencadeou o início dos enjôos. Pois bem, passados quase dois anos, o olfato aguçado permanece, claro que adaptado aos cheirinhos exalados da cria que, sejamos sinceras, nem sempre são agradáveis.

O segundo poder é a super-hiper-mega-blaster audição. Eu consigo escutar, de longe, a respiração de minha filha adormecida, mesmo sem a ajuda de babá eletrônica. Sério! O choro, então... Mesmo que ela esteja no meio de uma multidão de crianças (tipo Baby Rock in Rio), eu sei exatamente quando é ela quem está chorando. Mas, isso não é novidade: toda mãe conhece os sons da cria. E não só os escuta à distância, mas sabe distinguir, com precisão, quando significam sono, dor, fome, manha... E se isso não for um super poder, então, sinceramente, eu não sei o que é.

Bem, eu até poderia continuar elencando aqui tantos outros poderes da “mãe mutante”, como, por exemplo, a força descomunal capaz de levantar carros, abrir bocas de jacaré e enfrentar (e derrubar!) campeões internacionais de vale-tudo, seja para salvar o filho ou somente porque o indivíduo a ser contido olhou feio para o seu bebê. No entanto, acho que é melhor falar sobre o maior poder que a maternidade traz: o tal “amor incondicional”. Clichê?! Com certeza! Mas, ainda assim, a mais pura verdade. Afinal, como alguém pode amar tanto um serzinho que chora o tempo todo, suga o leite do seu peito até sangrar, extermina suas noites de sono, destrói uma grande parte da sua vaidade e, ainda assim, consegue ser a criatura mais importante da sua vida?! Só uma mãe, mutante, X-Women, com poderes fantásticos e o coração do tamanho do mundo para entender, aceitar e esquecer todas as dores, medos e incertezas decorrentes da maternidade ao ponto de, vez por outra, pensar em aumentar a família e continuar sem dormir bem, comer direito (sem a neurose de cortar a carne em pedacinhos ou amassar consideravelmente o feijão), ir ao cabeleireiro quando bem entender, viajar sem uma bagagem monstro formada por banheira, mamadeiras, chupetas reservas, milhares de roupinhas de frio, calor, praia e piscina... Só um amor enorme mesmo para entender tudo isso... Amor incondicional, clichê e verdadeiro. Amor de mãe.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Terrible Two???

Antes de ser mãe, eu lia tudo que encontrava a respeito da maternidade. Tinha um medo terrível de não saber como cuidar de um bebê, o que acabou me rendendo noites de choro intermináveis e muitas risadas do meu marido (ele achava que eu estava meio louca e, sinceramente, eu acho que estava mesmo). Bem, quando minha filha nasceu, a mãe que já existia dentro de mim despertou (graças a Deus) e, como um passe de mágica, eu sabia exatamente o que fazer (embora, os livros, revistas e sites tenham ajudado bastante).


Bem, passados quase dois anos desde meu nascimento como mãe, confesso que a atual fase de minha Maria Luiza tem sido, ao mesmo tempo, a mais gostosa e a mais desgastante até agora. A mais gostosa porque a descoberta das palavras, as mil carinhas fofas, abraços e beijinhos carinhosos são de matar qualquer mãe de amor. E a mais desgastante...ai...porque os momentos de birra são de enlouquecer qualquer mortal. Às vezes, a troca de uma simples fralda torna-se um verdadeiro pesadelo de gritos, chutes e lágrimas. E eu que achava que esse momento jamais chegaria...


Minha pequena sempre foi um anjo de menina. Todos se admiravam de como ela era quietinha, boazinha, comportadinha e outros "inhas". Mas, sempre tinha aquela pessoa que dizia: "Espera até ela completar dois anos...Eles ficam terríveis!". E eu ria, achando que era inveja ou exagero da criatura. Enfim, só por curiosidade, resolvi voltar aos livros, revistas e sites sobre crianças e não é que a maioria citava mesmo os chamados "terríveis dois anos"?! Deu medo...

Ainda faltam dois meses para o aniversário de Maria Luiza, mas o certo é que a tal profecia já se realizou. Está difícil segurar minha ferinha. Ela já fica de castigo, sentadinha no sofá de vez em quando (chorando em alto e bom som, mas sem levantar!). Depois, quando passa a crise, sorri e me cobre de beijos e abraços, como se nada tivesse acontecido (é algo meio "Dr. Jeckel e Mr. Hyde", eu acho). A esperança que tenho é que, nos mesmos livros, revistas e sites, os especialistas sempre falam nos "doces três anos", um momento mágico, quando a birra some e a criança volta a ser um amorzinho de pessoa pequena. Pela minha sanidade mental, é bom que isso seja verdade... De todo jeito, acho que vou acender umas velas para "Nossa Senhora das Mães Enlouquecidas de Filhos com Dois Anos"...Só por precaução.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Nós e Nossas Idades

Você, com um ano e oito meses:


- Acorda e vai direto ao meu quarto, procurando pelo "papaaaaiii" (grude geral com o pai, atualmente).


- Joga qualquer coisa no chão e, com a voz mais inocente e fininha do mundo, diz: "Taiu" (=caiu).


- Come leite em pó puro, na colherzinha, junto com o pai (que adora fazer isso) e, quando acaba, fala assim, toda triste: "Tabô" (=acabou).


- Adora olhar fotografias e já reconhece algumas pessoas: "Mamãe", "papai", "nenê" (que é você mesma) e "bobô" (= vovô).


- Quando alguém pergunta "cadê Maria Luiza", você levanta a mãozinha e grita, feliz da vida: "Tá atiii!!!" (= tá aqui!!!)


- Faz bico, manda beijos, dá tchauzinho, pisca os olhos (quando lhe pedem para paquerar) e coloca a língua para fora, imitando uma cobrinha.


- Anda fazendo curso de papagaio, já que tenta imitar o som de tudo o que ouve: "Eiaaa" (= Sheila), "Ititeee"(= Henrique), "oba" (que é oba, mesmo..rs), "ai, ai" (suspirando), "ô dedeu"(= Oh, meu Deus), "aô" (= alô), "diaaaa" (= bom dia), "ô tée" (= eu quero) e "nã,nã,nã"(= não,não e não) e assim por diante.


E eu, aos trinta e cinco anos de idade:


- Sei, de cabeça, as músicas de todos os desenhos animados já criados pela humanidade.


- Raramente consigo ver outros canais além do Discovery Kids.


- Meus amigos mais próximos são as crianças que frequentam o mesmo parquinho que você.


- Virei boleira, confeiteira, doceira, quituteira e artesã, só pelo prazer de, eu mesma, preparar suas festinhas de aniversário (a deste ano vai ser linda, prometo!).


- Fico dançando na sala, feito uma louca, a "Dança do Pinguim" (obrigada, dona Xuxa!), só para lhe ver gargalhando ao tentar me imitar.



- Investigo, sem dó nem piedade, os rótulos dos alimentos que você vai ingerir, para saber se são saudáveis e nutritivos e, de quebra, também aprendo a me alimentar melhor (mas libero um chocolatezinho, de vez em quando, porque ninguém é de ferro, né?!).



- Brinco de bonecas, leio contos infantis (sentada no chão de livrarias lotadas, sem um pingo de vergonha), imito bichinhos, faço vozes engraçadas, canto, danço, sapateio...


Enfim, faço qualquer coisa por um sorriso seu e, sinceramente, filha, eu não me lembro de, nesta vida, já haver sido mais feliz.


Com todo amor,


Sua mãe

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Meu Aniversário e a Nossa Bicicleta

Pois é, filhota, sua mamãe está mais velha. Sempre fico um pouco pensativa nas semanas que antecedem meu aniversário, sabe?! Fico remoendo algumas coisas que gostaria que fossem diferentes, pensando no que eu fiz, no que deveria (ou não deveria) ter feito, etc. Acho até que é esse “pensar” tanto que se transforma no meu inferno astral porque, geralmente, eu não gosto do que me vem à mente. Meio negativo, né?! Eu sei. Mas, depois, passa. Daí, chegam as boas lembranças (graças a Deus) de mais um ano vivido. Eu estou aqui, saudável, com você e seu pai ao meu lado, vivendo os altos e baixos normais da vida e, de uma forma geral, feliz. Aliás, há alguns dias, minha cabeça está fervilhando de novas ideias e possibilidades para o SEU aniversário que já se aproxima. Isso é algo que me deixa contente: pensar em você e nas coisinhas legais que podemos fazer juntas. Assim, encomendei uns “apetrechos” domésticos para aprender a confeitar bolos, fazer cupcakes e outras “cositas” mais, que quero preparar para o seu “niver”, cujos convidados serão seus amiguinhos do parquinho do prédio e do clube. Vou fazer com todo capricho, meu amor, pode acreditar.



Bem, voltando ao assunto “coisinhas legais que podemos fazer juntas”, seu pai me deu um presente de aniversário que vai ser muito útil nesse sentido: uma super bicicleta, com uma cadeirinha acoplada para que você possa me acompanhar nas pedaladas! Na hora, me assustei um pouco com a surpresa, pois não andava de bicicleta há, pelo menos, uns duzentos anos. E ter a responsabilidade de lhe carregar comigo me deixou um pouco apavorada. Mas, ontem, na praça em frente ao nosso prédio, fomos testar o presente e adivinha: foi “mara” total filha! Você gostou tanto que, depois, para lhe arrancar da cadeirinha foi um verdadeiro malabarismo. Agora, com a nova ciclovia aqui perto, sei que vamos aproveitar muito nosso presente (porque o papai quis agradar a nós duas, certo?!).



É isso, bebê. Sua mamãe está mais velha, mas ainda tem muito pique para brincar com você. Então, que venham os próximos anos, pois a gente segue pedalando pela vida sem medo, bebê. Sempre em frente, com o sol brilhando no rosto e na alma!

Beijos!

terça-feira, 14 de junho de 2011

Pecado Perdoado?

Hoje, você acordou melhorzinha e o sol deu suas caras por estas terras cariocas. Assim, para me redimir de ontem, informo que a senhorita está devidamente banhada, com xampu, sabonete, perfuminho, etc e tal.


Agora, dorme, toda de cor-de-rosa, esparramada em minha cama. Porque, gripadinha, a cama da mamãe está liberada, ainda mais quando o papai está viajando.


E aí, estou perdoada, meu amor? Espero que sim. E vamos em frente, com sorinho para o nariz, inalação, xaropinho e vitamina C, para mandar esse resfriado para o beleléu, pois domingo tem festinha de aniversário para a gente ir. Vai perder aquela piscina de bolinhas que você tanto ama, vai???



Beijos, minha princesa!

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Pecado de Mãe

Não dei banho em você hoje, filha. Decisão tomada com a cabeça e o coração. Com a cabeça porque você está com um resfriado muito chato, com direito a narizinho super entupido e tosse "gorda". Como aqui está muito frio e a nossa ducha não é lá grande coisa quando o negócio é aquecer a água, achei que não valia a pena lhe colocar debaixo do chuveiro, muito menos lhe deixar de molho em uma banheira. Optei pelo banho de gato mesmo: lavei seu bumbum, rosto e mãos.


A decisão pelo coração foi porque você já estava tão cheia de soninho, molinha por conta do resfriado, que banho de verdade seria algo meio cruel (penso eu).


Assim, você dormiu sujinha e sua mamãe aqui cometeu um pequeno pecado, mas daqueles pecados de mãe, sabe?! Por amor.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

De Ressaca...

Você está acabada, filhota. Acordou moooorta de preguiça. É que, ontem, foi o aniversário de uma amiguinha e, pela primeira vez, a senhorita realmente aproveitou uma festa. Foram horas de pula-pula na cama elástica, mergulhos e mais mergulhos na piscina de bolinhas, rodopios sem fim em um mini-carrossel (eu fui uma única vez com você e quase morri de tontura!), além de muita dança na boate infantil, pinturas coloridas nas mãozinhas e comidas e suquinhos deliciosos. Uma farra!


Você amou tudo, filha. Acho até que se divertiu mais do que a aniversariante. Depois, chegou em casa e desabou no berço, acabada de sono. Dormiu a noite inteira, acordou tarde e ainda está assim, meio que em "slow motion". A primeira ressaquinha ninguém esquece.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

O Rio de Janeiro continua...frioooo!!!

Ledo engano achar que o "Rio 40 graus" é o ano todo, filha. Ultimamente, tem feito um friozinho danado por essas bandas cariocas. Nós, que sempre moramos em lugares de clima quente, precisamos abastecer o armário com casacos e blusas de mangas compridas, principalmente para você.

E como frio pouco é bobagem, resolvemos passar o fim de semana passado na serra, mais precisamente em Itaipava, em um hotel muito legal, do Exército. A região é linda, filhota. Passeamos bastante e fomos até Petrópolis, onde a senhorita visitou o Museu Imperial, ou melhor, o palácio de verão da família Imperial. Eu já havia estado lá, aos treze anos, com seu avô Eduardo. Desta vez, visitar o museu com você, minha filha, teve um gostinho de emoção (e de saudades, também, daquela viagem que tanto marcou minha infância/adolescência).

Também fomos a restaurantes legais e a uma feirinha nota mil, em Itaipava mesmo, onde seu pai lhe presenteou com um parzinho de luvas cor-de-rosa que você, simplesmente, amou. Ficava acenando para todo mundo, mostrando as mãozinhas coloridas e quentinhas. Muito fofa! Ah, e eu também ganhei presentes: dois pares de botas, mesmo fazendo muita birra com seu pai (a ideia foi dele), já que nunca fui adepta do estilo "country" (na verdade, confesso até que achava bem breguinha). Bem, mordi a língua e engoli a ignorância, pois além de confortáveis, as tais botas ficaram muito lindas em mim, obrigada.

Resumindo: foi uma viagem maravilhosa que pretendemos repetir assim que for possível. Sabe, meu amor, uma das coisas boas de se morar no Rio de Janeiro é que a capital não é a única cidade bonita da região. Há muitos outros lugares lindos para conhecer. Por enquanto, já visitamos Angra dos Reis (nem contei, né?! Estivemos por lá há uns dois meses. É liiiindo!!!), Petrópolis e Itaipava. Qual será nosso próximo destino??? Aguarde as cenas do próximo capítulo, bebê.

Beijos, minha pequena viajante!

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Conta-Gotas dos Últimos Dias

Oi, filha!


Há tempos que não escrevo por aqui (para variar). Sempre estou com mil ideias (muito estranho escrever "ideias" sem o acento no "e", mas é o que manda o novo acordo ortográfico. Fazer o quê?!) e novidades para colocar no blog, mas, simplesmente, deixo para "depois". Daí, as ideias somem e as novidades deixam de ser novidades. Enfim, acho que nunca vou ser conhecida como uma "blogueira"que faz sucesso na rede, como inúmeras que existem por aí, com seus sites lindos e super-hiper-mega-blaster visitados. Afinal, um blog como este, com postagens a "conta-gotas"não pode mesmo "bombar" na internet. Mas, tudo bem. Apesar do desejo de ter mais alguns seguidores, minha intenção real sempre foi, desde o início, escrever para você. E isso eu venho fazendo, ainda que em doses homeopáticas.


Mas, vamos lá... Estivemos de malas prontas por um bom tempo, filha. Passamos a Páscoa em Macapá, com sua irmã. Lá, você experimentou o sabor do chocolate pela primeira vez. Precisou dizer que amou? Ok. Amou, se lambuzou, adorou, etc. Confesso que essa sua experiência, inicialmente, contou com a minha antipatia. Eu queria lhe manter longe dos doces por mais um tempinho (coisa de mãe preocupada com alimentação saudável, dentes nascendo, etc), mas a torcida contra foi maior. Enfim, mesmo sem gostar, aceitei (não havia outro remédio). Pode até me chamar de "mãegera" agora, mas, acredite, eu só pensei no seu bem. Bem, deixa para lá. Se eu insistir nesse assunto vou acabar falando o quanto detesto intromissões, ou que desdenhem de coisas que acho importantes para você, ou, principalmente, que lhe digam "sim", quando eu acabo de dizer "não", reduzindo, assim, minha autoridade de mãe a um "nada" absoluto. Odeio, detesto, abomino! Pronto, já era, falei. Assim, exorcizados os monstros, de uma forma geral, a viagem foi muito boa e o feriado também. Você se divertiu bastante com sua irmã e é isso o que realmente importa.


Continuando sobre viagens, chegamos, há dois dias, de Recife, onde passamos quinze dias, só nós duas, na casa dos seus avós maternos. Foi ótimo, filha. Você se soltou bastante, brincando com todo mundo, descobrindo novas palavras (minha pequena papagaia), arracando sorrisos e gargalhadas de tios, primos e, claro, avós. Adoro ver você convivendo com a família, cercada de carinho e atenção, criando vínculos e fortalecendo laços. Pena que a despedida é sempre triste, tanto para quem vai, quanto para quem fica. Seu avô, como sempre, chorou no aeroporto. A diferença, desta vez, é que o choro foi mais doído, pois, mais do que nunca, ele se apegou a você, depois de tantos dias de convivência. Mas, se Deus quiser, logo, logo, ele virá nos visitar aqui no Rio, e o choro vai virar sorriso novamente.


É isso, meu amor. Por enquanto, este é o resumo dos dias mais recentes. Vamos aguardar o que o "conta-gotas"do blog de sua mamãe trará em seguida.


Te amo, vida minha!


P.S: Esqueci de dizer que, pela segundo ano consecutivo, comemoramos o dia das mães com sua vovó Vera. Com certeza, sua presença foi o presente do qual ela mais gostou (tanto quanto você adorou o colo dela, para ver desenho animado, todos os dias, pela manhã. Ô coisa boa é colo de avó... Saudades da minha).

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Dr. Banana x Barbie Médica

Você anda super chatinha para comer, filha. Resultado de um resfriado que lhe deixou quietinha por uns dias e sem ânimo para quase nada. Lógico que essa situação estava me deixando doida. Não suporto a idéia de você não estar bem. Então, quatro dias atrás, resolvi lhe levar ao médico da policlínica aqui do prédio, mas não gostei nadinha do jeito que ele lhe examinou (porque, na verdade, para mim, ele NÃO fez exame nenhum). Só deu uma olhadinha boba, mediu a temperatura, disse que você não estava com febre (Dããã!!! Como se eu já não soubesse disso!), verificou seu peso (porque EU pedi) e falou que você havia perdido meio quilo. O pior é que, mesmo vendo que você estava bem apática e tossindo com secreção, disse, com a cara mais lavada do mundo, que não era nada, que você estava ótima. Desculpe, filha, mas eu tenho que dizer que nunca vi na vida um médico mais banana do que aquele. Sem falar que não tinha o mínimo jeito com crianças! Você chorou o pseudo-exame inteiro! Claro que fiquei com ódio e corri, com você e seu pai, para o centro da cidade, até a outra policlínica, onde fomos atendidos por uma médica maravilhosa. Super jeitosa, examinou você muito bem, sem deixar nada passar. E você, não sei se encantada por ela parecer mais uma Barbie do que qualquer outra coisa (sim, a doutora era linda, loira e de olhos azuis), não derramou nenhuma lágrima. Bem, ela disse que eu não me preocupasse, que era um resfriado e que a falta de apetite era normal, mas que tínhamos que tomar alguns cuidados. Assim, passou uns remedinhos para o nariz desentupir, para a tosse sumir e para seu apetite voltar.


Bem, passados poucos dias, não sei se já por conta da intervenção "Barbística", o fato é que você está bem melhor. Já voltou a brincar, está tossindo bem menos e, apesar de ainda não haver recuperado seu apetite normal, ao menos voltou a comer alguma coisa além do leite.


Tenho certeza de que logo, logo, você voltará a ser minha "draguinha" de sempre e recuperará o peso perdido. Até lá, pode deixar que eu cuido de você, meu amor. Posso estar longe de parecer uma Barbie, mas sei que, ao menos por enquanto, ainda sou sua boneca preferida.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Sempre Venceremos

Eu não sei o que se passa na cabeça de certas pessoas que se acham no direito de destruir a vida de outras e, muito menos, consigo entender as definições psiquiátricas sobre os "sei-lá-quantos-tipos" de patologias mentais. Na verdade, diante de uma tragédia, nada disso tem muita importância. O que havia de mais importante já foi aniquilado, jogado no lixo.

Ontem, o dia foi estranho, cinza, triste. Ontem, crianças perderam a vida, enquanto estavam em um local que, aparentemente, era seguro: a escola. Ontem, minha filha, era um dia que não deveria ter acontecido em lugar nenhum deste mundo.

Um homem que ficou famoso por cometer uma atrocidade jamais vista em nosso país. Um homem que repetiu aqui, na cidade onde atualmente moramos, um tipo de crime do qual nós só tomávamos conhecimento por meio dos noticiários de outros lugares, bem distantes de nossa realidade. Um único homem que mudou,ou melhor, destruiu a vida de tantas famílias.

Ontem, eu chorei um choro bastante doído... Doído de tristeza, medo, pena, ódio... Choro que se espalhou pela maioria dos rostos brasileiros. No entanto, no momento em que me questionava se foi certo lhe trazer a um mundo tão feio e inseguro, uma pontinha de esperança começou a brilhar dentro de mim: a solidariedade, minha pequena. Ver pessoas desconhecidas largando seus afazeres normais para salvar vidas foi um alento ao meu coração.

O mundo tem pessoas ruins sim, filha, não se engane. Mas, também abriga pessoas extremamente boas, capazes de olhar e estender a mão a quem precisa.

Eu sei que este lugar aqui está longe de ser perfeito, meu amor. Mas, ainda há esperança. Quando alguém tenta salvar uma vida que seja, sempre há esperança. Assim, a certeza que me restou foi a de que aquele infeliz não venceu... Nós vencemos e sempre venceremos, minha pequena. Por amor e pelo bem. Sempre.

quinta-feira, 31 de março de 2011

O Despertador que Você Engoliu

Eu só queria saber quando é que foi que você engoliu um despertador e eu não vi... Porque só pode ser isso, filha. Como é que, todo santo dia, exatamente às 05:45 da manhã, você começa a "conversar"no berço?! E não importa a que horas vá dormir. Geralmente, às sete e meia da noite, você já está sonhando, mas, dia desses, por conta de uma visita aqui em casa, foi dormir tarde, quase à meia noite. E a mamãe aqui, abestalhadamente, achando que você dormiria um pouquinho mais no dia seguinte... Que nada! Exatamente às 05: 45, começaram os "mamã", "ai, ai", "dáááá", "óóó"e aquelas outras palavras do seu vasto vocabulário norueguês (ou dinamarquês?!), que só você entende. E eu, feito um zumbi, saio da cama me arrastando para lhe resgatar do berço, enquanto seu pai "finge"que continua dormindo. Ser mãe é "padecer no paraíso", né?! Hunf!


Depois, fraldinha trocada, leitinho no "bucho", você, toda garbosa, encontra o papai (que, finalmente, levantou) e dá aquele "xauzinho"maroto, pois já sabe que, quando ele veste a farda é porque vai sair. E, então, restamos nós duas... a mamãe zumbi e a filhinha super-hiper-mega-blaster acordada, doida para brincar, correndo dentro de casa e treinando seu idioma nórdico a plenos pulmões... Ai, ai, a doce maternidade... Será que dá para atrasar o reloginho só um pouco, filhota?! É que se essas minhas olheiras aumentarem, nem meu estoque de corretivo vai dar mais conta do recado, e o jeito vai ser assumir, de vez, esse meu lado panda de ser.


quinta-feira, 24 de março de 2011

Você

Você cresce a olhos vistos, filha. Muito curiosa, quer tocar em tudo, experimentar novos sabores, descobrir o mundo ao seu redor. Dia desses, fomos ao zoológico, e você se encantou pelo elefante, pelos macacos, pelo tigre... Corria e gargalhava, enquanto eu e seu pai lhe admirávamos, embasbacados com tamanha felicidade. Você é assim, meu amor: feliz! Diverte-se com a simplicidade de seus brinquedos, no balanço e no escorregador do parquinho do prédio, com as bugigangas que encontra na gaveta “liberada” do escritório, com as panelas do armário da cozinha, com as outras crianças que encontra pelo caminho... Você espalha alegria por onde passa, aperta as mãos das pessoas, “oferece” sua chupeta a todos... Um encanto.

Claro, existem aqueles dias de birra absoluta, quando você se joga no chão aos gritos, com raiva de alguma coisa. Mas há muitos momentos de carinho também: quando você me abraça bem devagar, encosta a cabeça em meu ombro ou o rostinho junto ao meu, como se estivesse me beijando. Nesses momentos, você me desarma e me faz esquecer completamente os momentos difíceis desta vida.

Em uma noite dessas, enquanto você e seu pai dormiam, vi, na TV, o depoimento de uma menininha que, do alto de seus seis anos, desabafava, em lágrimas, a falta que sentia da mãe. Não que a mãe não estivesse presente fisicamente em sua vida. Estava. No entanto, não brincava com ela, não a levava para passear, não a procurava para conversar... Enfim, vivia na mesma casa, mas ignorava sua existência, em nome do trabalho e das ocupações diárias. E aquela menininha, com olhos de adulta, contava o quanto aquilo a fazia sofrer. Eu acho que chorei mais do que a própria mãe daquela criança ao ouvir aquelas duras palavras. Imaginei se, algum dia, eu farei algo parecido com você. Espero que não, meu amor. Espero ser sua mãe, amiga e companheira até o fim de meus dias. Espero que você sempre encontre em mim um porto seguro quando o mundo se tornar complicado demais e você precisar de um ombro para descansar. Espero que possamos dar muitas gargalhadas juntas e chorar abraçadas também, quando for o caso. Espero, simplesmente, ser uma boa mãe, acertar, errar e ter humildade para pedir desculpas. E, finalmente, não espero que você me ame... Só que me deixe lhe amar. Isso é o que eu sei fazer de melhor nesta existência. Para sempre.

Beijos, minha estrela guia.
Com amor,
Sua mãe

quinta-feira, 10 de março de 2011

E Não Deu Samba...

Nosso primeiro carnaval no Rio foi o óóóó... Primeiro, resolvemos aceitar o convite de um velho amigo de seu pai para passar o domingo na casa dele, em Vargem Grande (loooonge para caramba!). Bem, ele a esposa são ótimos, super educados, gente boa, mas... a casa, nem de longe, é segura para crianças. Cheia de escadarias (perfeitas para você que adora subir e descer degraus, me deixando louca de medo) e, o pior, com nada mais, nada menos, que quatro cachorros (sendo três enooormes) soltos dentro de casa. Claro que você amou os "bichinhos" e queria ficar perto deles o tempo inteiro. Resultado: eu, apavorada, e seu pai com o eterno "relaxe, que eles se entendem". Só que não foi bem assim, porque o menor deles (graças a Deus, o menor) tentou lhe morder e só não conseguiu porque eu lhe puxei antes.

Bem, acabamos ficando por lá o carnaval inteiro e eu me cansei muito mais do que se estivesse em casa. Para completar, choveu todos os dias, e seu pai gripou, teve febre, dor de ouvido, etc. Eu também gripei, mas não pude descansar nem um minuto porque tinha que ficar subindo e descendo escadas com você, além de tentar desviar sua atenção dos "au-aus" gigantes.
Como disse, o casal era ótimo, mas eu preferia um carnaval mais tranquilo. A fantasia de Minnie que comprei para você vestir no bailinho do clube nem foi usada. Ficou pendurada no armário, junto com a minha vontade de assistir aos desfiles das escolas de samba, comendo brigadeiro, sentada na poltrona da nossa sala de estar. Quem sabe no ano que vem, né?!

Beijo!
P.S: Mas, eu ainda vou colocar a fantasia em você, nem que seja só para tirar fotos, ok?!

quinta-feira, 3 de março de 2011

"Acho que não sei quem sou, só sei do que não gosto..."

Há tantas coisas acontecendo ao mesmo tempo, filha. Tantas incertezas quanto ao futuro... Talvez, fiquemos no Rio mais dois anos...Há uma grande possibilidade de isso acontecer... Ao mesmo tempo, eu e seu pai ficamos pensando se isso vale a pena... Se já não é a hora de parar em algum lugar... Digo algum lugar, pois, embora tenhamos um apartamento na minha terrinha, seu pai tem outros projetos em mente (que, apesar de não me alegrarem muito, podem ser financeiramente interessantes).
Confesso que me sinto meio perdida por aqui. Acho que é porque eu tinha alguns planos para esta cidade que acabaram não dando certo, já que sua babá resolveu voltar para Belém. Ela me faz uma falta imensa!!! Temos outra pessoa nos ajudando aqui, três vezes por semana, mas não é a mesma coisa. Você ainda não se acostumou com ela e acaba ficando pregada comigo vinte e quatro horas por dia. Assim, estudar e trabalhar ficam um tanto quanto difícil.
Eu queria me sentir mais útil, filha. Voltar a produzir, sabe?! Também queria que sua madrinha estivesse aqui para conversar comigo (por telefone, não é a mesma coisa). Sinto falta de uma amiga de verdade para desabafar. Na verdade, eu queria tantas coisas... Dar um irmão ou irmã para você também estava nos planos, mas, agora, nem sei quando ou "se" isso acontecerá. Entenda, a vontade é enooorme, mas a minha idade também é (enooorme!). Então, não sei mesmo se conseguirei realizar esse sonho/projeto/plano/vontade/desejo, etc, etc, etc. O fato de não estar trabalhando também não ajuda muito.
Sua mãe é confusa, filha. Muito confusa. Desculpa, tá?!
Continuo te amando muito, desde sempre e para sempre!
Beijos!

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Cobrinha

Hoje, você acordou “com a macaca”, como se diz por aí. Irritada, chorona, briguenta... Aff! Às vezes, eu me pergunto onde está aquele bebezinho anjo que eu tinha e que todos invejavam. Sumiu mesmo! Mas, tudo bem. Deve ser culpa dos dentes que continuam nascendo, da lua que trocou de posição, de uma TPM muitos anos adiantada... Enfim, deve ser culpa de alguém ou de alguma coisa. Ou, então, “é só uma fase”, como dizem os otimistas (como seu pai).

O certo, bebê, é que sua mãe, hoje, teve que fazer um esforço de Dalai Lama para aguentar seu péssimo humor. Fiquei pensando em mim mesma, quando estou de mal com o mundo e tenho que ser suportada pelas pessoas que me cercam. Também sou difícil,às vezes (muitas vezes, aliás).

No final das contas, sua chatice de hoje não deve ser culpa de lua ou de dente. Deve ser culpa minha mesmo. Você é minha filha e puxou esse meu lado negro da força. Então, sinta-se perdoada por puxar meus cabelos e me dar cabeçadas. Eu te amo mesmo assim (mas, lembre-se de que mamãe, na fase “Darth Vader”, nem sempre é tão boazinha, viu?!).

Beijos, chatinha do meu coração.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Coisas Boas...

Oi, meu amor
Hoje, mamãe só quer falar de coisas boas. Esqueci de contar, da última vez, que já somos felizes proprietários de nossa “casa própria”. Depois de muita pesquisa, eu e seu pai encontramos o apartamento de nossos sonhos (que fica na minha cidade natal!). Na verdade, quem encontrou foi o seu tio Ricardo e, quando nos levou lá, a-do-ra-mos! Enfim, é nosso! Por enquanto, deixamos alugado, mas, num futuro não muito distante, moraremos lá, perto dos amigos e da família. Viva, viva, viva!
Outra novidade é que, hoje, você teve sua primeira aula de natação. Aulinha particular, com uma professora super atenciosa e, lógico, sob a vigilância constante de sua mamãe aqui. Seu pai acha que eu sou exagerada, mas eu nem ligo. Filha, você é o meu maior tesouro. Por isso, eu presto mesmo atenção em tudo o que lhe diz respeito. Com o tempo, vou deixar você mais solta. Mas, por enquanto, você é muito pequenininha para ter tanta liberdade, meu bebê. Tudo a seu tempo.
No mais, estou melhorando, filha. Depois de uma certa fase meio “down”, o sol parece brilhar novamente. Que continue assim.
Beijos!
Sua mãe.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Férias, alegrias e tristezas

Oi, filha

Já faz um bom tempo que não escrevo para você e há tanto para contar... Coisas boas e coisas ruins, infelizmente.
Bem, a passagem por Recife foi uma dessas coisas boas e ruins, ao mesmo tempo. Boas porque é sempre bom rever a família, encontrar pessoas queridas e deixar você participar desses encontros, arrancando sorrisos por onde passa. Também foi bom porque pôs fim a um mal entendido do ano passado, que eu pensei que jamais seria superado (acredito que o motivo maior dessa “superação” foi você, meu amor. Obrigada). E a parte ruim... Bem, essa ficou por conta dos problemas de sempre, que nem valem a pena comentar. Sempre fico com uma pontinha de tristeza quando penso nisso, o que não me faz nada bem. Essa pontinha, recentemente, virou uma ponta gigantesca, quando chegamos aqui e eu soube que nossa gatinha, Hanna, havia falecido. Ela não queria mais comer, filha. Acho que morreu de tristeza. Seu pai diz que não, que era mesmo a hora dela, etc. Eu sei que ele fala isso para que eu me sinta melhor, mas a verdade é que sua mãe imperfeita se culpa por muitas coisas de vez em quando. Ultimamente, venho me culpando pela morte de nossa gatinha, por tê-la enviado para longe de mim, por conta da mudança. Talvez, seu pai até tenha razão quanto à “hora dela”, mas eu nunca terei como saber.
Mudando de assunto... Chegamos ao Rio. Não há como negar, meu amor: é uma cidade linda. Seu pai não gosta muito, principalmente da chamada “malandragem” que, aqui, é uma realidade quando se trata de algumas pessoas. Mas, eu confesso que, até agora, não tenho do que reclamar. Graças a Deus, não vi nada de violência na região em que moramos. Diante da beleza do Rio, dá até para pensar que tudo aquilo que vemos na TV faz parte de algum universo paralelo. Bem, não faz, mas bem que poderia fazer. Violência, definitivamente, não combina com esta cidade. Nosso apartamento é grande, fica perto do Pão de Açúcar e da Praia Vermelha. Ah, a área é cheia de crianças e você adora fazer bagunça com elas no parquinho do prédio. E eu adoro ver o seu desenvolvimento, sempre alegre e cheio de vida. Você é linda, meu amor.
O povo do Rio tem uma característica que eu adoro (e, sobre isso, seu pai concorda comigo): eles não ligam para a velhice. Não que não envelheçam claro que isso acontece. A diferença é que eles não deixam a velhice derrubá-los. A coisa mais comum é ver pessoas idosas praticando esportes, correndo, jogando vôlei, basquete... Tomando sol, pegando “aquele bronze” na praia, com biquínis e sungas que deixariam nossos velhinhos do Nordeste de cabelo em pé. Eu acho o máximo, filha. A cidade, rodeada de tanta natureza, parece que convida a uma vida assim, saudável e desencanada. Nossos vovôs e vovós do Nordeste deveriam ser assim também. Simplificar a vida e não se queixar tanto da velhice. Aqui, na cidade maravilhosa, ser velho não significa ficar sentando numa cadeira de balanço esperando a morte chegar. Significa estar lindamente maduro, saudável e feliz. É essa lição que eu quero levar daqui, quando formos embora, meu amor. É uma lição que muitas pessoas que conhecemos também deveriam aprender.