quinta-feira, 24 de março de 2011

Você

Você cresce a olhos vistos, filha. Muito curiosa, quer tocar em tudo, experimentar novos sabores, descobrir o mundo ao seu redor. Dia desses, fomos ao zoológico, e você se encantou pelo elefante, pelos macacos, pelo tigre... Corria e gargalhava, enquanto eu e seu pai lhe admirávamos, embasbacados com tamanha felicidade. Você é assim, meu amor: feliz! Diverte-se com a simplicidade de seus brinquedos, no balanço e no escorregador do parquinho do prédio, com as bugigangas que encontra na gaveta “liberada” do escritório, com as panelas do armário da cozinha, com as outras crianças que encontra pelo caminho... Você espalha alegria por onde passa, aperta as mãos das pessoas, “oferece” sua chupeta a todos... Um encanto.

Claro, existem aqueles dias de birra absoluta, quando você se joga no chão aos gritos, com raiva de alguma coisa. Mas há muitos momentos de carinho também: quando você me abraça bem devagar, encosta a cabeça em meu ombro ou o rostinho junto ao meu, como se estivesse me beijando. Nesses momentos, você me desarma e me faz esquecer completamente os momentos difíceis desta vida.

Em uma noite dessas, enquanto você e seu pai dormiam, vi, na TV, o depoimento de uma menininha que, do alto de seus seis anos, desabafava, em lágrimas, a falta que sentia da mãe. Não que a mãe não estivesse presente fisicamente em sua vida. Estava. No entanto, não brincava com ela, não a levava para passear, não a procurava para conversar... Enfim, vivia na mesma casa, mas ignorava sua existência, em nome do trabalho e das ocupações diárias. E aquela menininha, com olhos de adulta, contava o quanto aquilo a fazia sofrer. Eu acho que chorei mais do que a própria mãe daquela criança ao ouvir aquelas duras palavras. Imaginei se, algum dia, eu farei algo parecido com você. Espero que não, meu amor. Espero ser sua mãe, amiga e companheira até o fim de meus dias. Espero que você sempre encontre em mim um porto seguro quando o mundo se tornar complicado demais e você precisar de um ombro para descansar. Espero que possamos dar muitas gargalhadas juntas e chorar abraçadas também, quando for o caso. Espero, simplesmente, ser uma boa mãe, acertar, errar e ter humildade para pedir desculpas. E, finalmente, não espero que você me ame... Só que me deixe lhe amar. Isso é o que eu sei fazer de melhor nesta existência. Para sempre.

Beijos, minha estrela guia.
Com amor,
Sua mãe

Um comentário:

  1. OI AMIGA QUE DEPOIMENTO MAIS LINDO DE AMOR MATERNO, TENHO CERTEZA AMIGA QUANDO AGENTE DOA AMOR RECEBE DE VOLTA AMOR TAMBEM, E A LEI DE AÇÃO E REAÇÃO, OU MELHOR QUEM PLANTA AMOR COLHE AMOR, UM BEIJO NA SUA PRINCESA E UM ABRAÇO PARA VC. CELINA

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