segunda-feira, 10 de junho de 2013

Antes do Irmão Chegar...

Maria Luiza está com uma manha sem fim. Muito sensível, chora se os amiguinhos do colégio não querem brincar com ela, se não consegue logo algo que quer... É um choro doído, calado, sentido. Eu confesso que morro um pouco a cada vez que ela fica assim. Vontade de colocar no colo e não tirar nunca mais. Sim, eu sei que faz parte do amadurecimento, mas sei, também, que é influência da chegada do irmão.

Recentemente, passamos por dois dias de regressão: xixi e cocô nas calças. Tive paciência, expliquei que ela já havia passado daquela fase, perguntei o que estava havendo e tentei entender. Passou. Ela me disse que é uma mocinha e não vai mais fazer aquilo. Ao mesmo tempo, noto que está mais grudada comigo: beija, abraça, agarra, diz que eu sou linda...  Uma fofura. O pai, viajando há uma semana, também faz muita falta. Ela pergunta por ele o tempo todo. Diz que vai "amassá-lo" quando ele chegar.

Fico feliz com todo esse carinho que ela vem demonstrando, mas também fico preocupada. Será que isso é medo de perder nossa atenção? Provavelmente. Eu converso com ela sobre o irmão, como vai ser legal tê-lo conosco, para brincar, passear... Ela fica contente. Diz que vai me ajudar com ele, colocá-lo no colo, levar ao colégio, ensiná-lo a falar, correr, usar o vasinho... Acho graça, acho lindo, fico emocionada, já imaginando todas essas cenas.

Acho que fizemos a escolha certa ao decidir ter mais um filho. Embora seja tudo essa confusão de sentimentos para o filho mais velho, tenho certeza de que a experiência de caminhar junto a um irmão pela vida é muito válida (todos os pais de segunda viagem que conheço confirmam isso). A amizade, a cumplicidade, as brigas, enfim, a convivência será muito boa para ambos. Para mim, particularmente, sei que o cansaço será maior, a responsabilidade nem se fala, mas o retorno é  ter mais beijos para ganhar, mais abraços, mais sorrisos, mais uma voz me chamando de "mamãe" (adoooro!) e mais uma mãozinha para segurar na hora de dormir.

Que seja assim. 


segunda-feira, 3 de junho de 2013

Pensando em Você

Todos dormem em casa, e eu aqui, sem sono, gripada e pensando no futuro próximo. Mais exatamente, pensando em você, Henrique, meu filho. Sentir você me chutar é um prazer, mesmo quando dói um pouquinho. Não, não gosto de sentir dor, mas, amo saber que você está bem, quando se revira em minha barriga (e que barriga!). 

Aos sete meses, já chegou a hora de lavar suas roupinhas, passar, organizar tudo, exatamente como fiz quando esperava sua irmã. Isso é algo que me deixa imensamente feliz. Adoro tocar seu enxovalzinho e imaginar você vestindo cada bodyzinho, macacão, camisetinha... Penso no seu rosto... Com quem se parece? Algo me diz que será mais parecido com seu pai (ou não?!). Tenho uma foto de seu pai criança e deve ser por isso que me vem essa sensação.

Bem, além da ansiedade pela sua chegada, também sinto medo, o que é comum a todas as mães, ou pelo menos, à maioria delas. Medo de quê? De não ser uma boa mãe, de faltar em algum momento, de não saber lhe entender ou de não ser entendida... Ah, de tantas coisas! Acho que eu exijo demais de mim, como mãe, tanto com relação a sua irmã, quanto, agora, com relação a você. Quero participar de tudo, fazer tudo, ser onipresente. Mas, isso existe? Claro que não. É impossível ser tudo ao mesmo tempo, e eu tenho que aprender a me cobrar menos e a relaxar mais. Você me ajuda, meu menino? Desculpe se eu falhar, se eu errar, se eu não for perfeita. É que eu não sou mesmo. Sou só alguém muitíssimo feliz pela família que construí. Deus me abençoou muito quando colocou seu pai, sua irmã e você na minha vida. Família é tudo, meu amor. Essa é a lição que eu aprendi com meus pais (que também já te amam desde sempre) e que eu gostaria de ensinar a você. 

Te amo e te espero, meu pequeno.