segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Férias, alegrias e tristezas

Oi, filha

Já faz um bom tempo que não escrevo para você e há tanto para contar... Coisas boas e coisas ruins, infelizmente.
Bem, a passagem por Recife foi uma dessas coisas boas e ruins, ao mesmo tempo. Boas porque é sempre bom rever a família, encontrar pessoas queridas e deixar você participar desses encontros, arrancando sorrisos por onde passa. Também foi bom porque pôs fim a um mal entendido do ano passado, que eu pensei que jamais seria superado (acredito que o motivo maior dessa “superação” foi você, meu amor. Obrigada). E a parte ruim... Bem, essa ficou por conta dos problemas de sempre, que nem valem a pena comentar. Sempre fico com uma pontinha de tristeza quando penso nisso, o que não me faz nada bem. Essa pontinha, recentemente, virou uma ponta gigantesca, quando chegamos aqui e eu soube que nossa gatinha, Hanna, havia falecido. Ela não queria mais comer, filha. Acho que morreu de tristeza. Seu pai diz que não, que era mesmo a hora dela, etc. Eu sei que ele fala isso para que eu me sinta melhor, mas a verdade é que sua mãe imperfeita se culpa por muitas coisas de vez em quando. Ultimamente, venho me culpando pela morte de nossa gatinha, por tê-la enviado para longe de mim, por conta da mudança. Talvez, seu pai até tenha razão quanto à “hora dela”, mas eu nunca terei como saber.
Mudando de assunto... Chegamos ao Rio. Não há como negar, meu amor: é uma cidade linda. Seu pai não gosta muito, principalmente da chamada “malandragem” que, aqui, é uma realidade quando se trata de algumas pessoas. Mas, eu confesso que, até agora, não tenho do que reclamar. Graças a Deus, não vi nada de violência na região em que moramos. Diante da beleza do Rio, dá até para pensar que tudo aquilo que vemos na TV faz parte de algum universo paralelo. Bem, não faz, mas bem que poderia fazer. Violência, definitivamente, não combina com esta cidade. Nosso apartamento é grande, fica perto do Pão de Açúcar e da Praia Vermelha. Ah, a área é cheia de crianças e você adora fazer bagunça com elas no parquinho do prédio. E eu adoro ver o seu desenvolvimento, sempre alegre e cheio de vida. Você é linda, meu amor.
O povo do Rio tem uma característica que eu adoro (e, sobre isso, seu pai concorda comigo): eles não ligam para a velhice. Não que não envelheçam claro que isso acontece. A diferença é que eles não deixam a velhice derrubá-los. A coisa mais comum é ver pessoas idosas praticando esportes, correndo, jogando vôlei, basquete... Tomando sol, pegando “aquele bronze” na praia, com biquínis e sungas que deixariam nossos velhinhos do Nordeste de cabelo em pé. Eu acho o máximo, filha. A cidade, rodeada de tanta natureza, parece que convida a uma vida assim, saudável e desencanada. Nossos vovôs e vovós do Nordeste deveriam ser assim também. Simplificar a vida e não se queixar tanto da velhice. Aqui, na cidade maravilhosa, ser velho não significa ficar sentando numa cadeira de balanço esperando a morte chegar. Significa estar lindamente maduro, saudável e feliz. É essa lição que eu quero levar daqui, quando formos embora, meu amor. É uma lição que muitas pessoas que conhecemos também deveriam aprender.

Um comentário:

  1. Olaa

    Quando entrei no seu blog, me encantei com sua princesa na roupa de Branca de neve...que menina mais linda! Tem a mesma idade da minha!

    Estou te seguindo,quando puder me visite.
    Beijos
    Talitah Sampaio

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